sábado, 26 de outubro de 2013

Lição da Escola Sabatina

Lição 5 - Expiação: oferta da purificação

26 de outubro a 2 de novembro 




Sábado à tarde

Ano Bíblico: Lc 18–20



VERSO PARA MEMORIZAR:

"Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo" (1Pe 1:18, 19).



Leituras da Semana:


O sistema sacrifical provavelmente seja a parte mais conhecida do ritual do santuário, porque é a que aponta diretamente para o sacrifício de Cristo. O sangue do animal que morria pelo pecador se torna um símbolo do sangue de Cristo, que morreu por nós.
Nesta semana, estudaremos vários conceitos ligados à "oferta da purificação" (também chamada de "oferta pelo pecado"), que foi a forma designada por Deus para nos ajudar a entender melhor como Ele nos reconcilia consigo mesmo mediante o único e verdadeiro sacrifício: Jesus Cristo. Às vezes, esta lição usa o termo oferta da purificação em lugar de oferta pelo pecado, para evitar a impressão de que, por exemplo, dar à luz uma criança era considerado uma falha moral, uma vez que a mãe que acabava de dar à luz devia apresentar tal oferta (Lv 12:5-8). Esse sacrifício é mais bem compreendido como oferta de purificação por sua impureza ritual, e não como um sacrifício por causa do pecado.





Domingo

Ano Bíblico: Lc 21, 22 



Pecado e misericórdia


Como os que conhecem o Senhor podem testemunhar, o pecado nos separa de Deus. A boa notícia é que o Senhor colocou em prática um sistema para acabar com a separação causada pelo pecado e nos levar de volta para Ele. Evidentemente, o sacrifício está no centro desse sistema.

Existem basicamente três tipos de pecado descritos no Antigo Testamento, cada um correspondendo ao nível de consciência do pecador quando ele cometeu a transgressão: pecado inadvertido ou involuntário, pecado deliberado ou intencional, e pecado de rebelião. As "ofertas de purificação" prescritas em Levítico 4:1–5:13 se aplicavam a casos de pecado não intencional, bem como a alguns casos de pecado deliberado (Lv 5:1). Enquanto havia uma oferta para essas duas primeiras categorias de pecado,

nenhuma oferta foi mencionada para o pecado de rebelião, o tipo mais hediondo. O pecado de rebelião era cometido "na face" de Deus, com mão levantada, e o rebelde não merecia nada menos do que ser eliminado (Nm 15:29-31). No entanto, parece que mesmo nesses casos, como ocorreu com Manassés, Deus oferecia perdão (2Cr 33:12, 13).

1. O que 2 Samuel 14:9 revela sobre misericórdia, justiça e culpa? Leia também Dt 25:1, 22Sm 14:1-11

Deus é justo ao perdoar o pecador? Afinal, não é o pecador injusto e, portanto, digno de condenação (Dt 25:1)?
A história da mulher de Tecoa pode ilustrar a resposta. Fingindo ser uma viúva, conforme orientação de Joabe, ela foi ao rei Davi, buscando seu julgamento. Joabe inventou inventou uma história sobre seus dois filhos, na qual um havia matado o outro, e pediu que ela contasse a Davi. A lei israelita exigia a morte do assassino (Nm 35:31), mesmo que ele fosse o único homem que restasse na família. A mulher suplicou a Davi (que atuou como juiz) permissão para que o filho culpado ficasse livre.


Então, curiosamente, ela declarou: "A culpa, ó rei, meu senhor, caia sobre mim e sobre a casa de meu pai; o rei, porém, e o seu trono sejam inocentes" (2Sm 14:9). Tanto a mulher quanto Davi entendiam que, se o rei decidisse permitir que o assassino ficasse livre, o próprio rei assumiria a culpa do assassino, e o seu trono de justiça (isto é, sua reputação como juiz) estaria em perigo. O juiz era moralmente responsável pelo que decidia. Por isso, a mulher se ofereceu para assumir essa culpa.
Da mesma forma, Deus assumiu a culpa dos pecadores, a fim de declará-los justos. Para que fôssemos perdoados, o próprio Deus devia suportar nossa punição. Essa é a razão legal pela qual Cristo tinha que morrer para que fôssemos salvos.





Segunda

Ano Bíblico: Lc 23, 24 



Imposição de mãos


2. Leia Levítico 4:27-31. Quais atividades eram realizadas juntamente com o sacrifício?

O objetivo da oferta era remover o pecado e a culpa do pecador, transferir a responsabilidade para o santuário, e permitir que o pecador saísse perdoado e purificado (em casos extremamente raros, a pessoa poderia trazer certa quantidade da melhor farinha como oferta de purificação. Embora essa oferta de purificação fosse sem derramamento de sangue, havia o entendimento de que "sem derramamento de sangue, não há remissão" [Hb 9:22]).

O ritual incluía a imposição das mãos, a morte do animal, a manipulação do sangue, a queima da gordura, e o consumo da carne do animal. O pecador que levava a oferta recebia o perdão, mas somente após o ritual do sangue.


Uma parte crucial desse processo envolvia a imposição das mãos (Lv 1:4; 4:4). A imposição das mãos transferia o pecado para o animal inocente.


Depois que o animal era morto, o sangue derramado era usado para fazer expiação sobre o altar: "Então, o sacerdote, com o dedo, tomará do sangue da oferta pelo pecado e o porá sobre os chifres do altar do holocausto; e todo o restante do sangue derramará à base do altar do holocausto" (Lv 4:25). "Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida" (Lv 17:11). Uma vez que os pecados eram transferidos para o animal pela imposição das mãos, devemos entender a morte do animal como substitutiva. O animal morria em lugar do pecador. Isso pode explicar por que o ato de matar o animal tinha que ser realizado pelo pecador culpado, e não pelo sacerdote.


Da próxima vez que você for tentado a pecar, imagine Jesus morrendo na cruz e veja você mesmo colocando as mãos sobre Sua cabeça e confessando seus pecados sobre Ele. Pensar nisso ajuda a entender o preço do perdão? Como essa ideia pode ajudá-lo a não cair em tentação?




Terça

Ano Bíblico: Jo 1–3 



Transferência de pecado


"O pecado de Judá está escrito com um ponteiro de ferro e com diamante pontiagudo, gravado na tábua do seu coração e nas pontas dos seus altares" (Jr 17:1).

Após a imposição das mãos e a morte do animal, a atividade seguinte no ritual do sacrifício era a manipulação do sangue. O sacerdote aplicava o sangue sacrifical às pontas do altar. Como o sangue estava envolvido, essa parte do ritual estava relacionada à expiação (Lv 17:11). Se o pecado fosse cometido por uma pessoa comum ou um líder, o sangue era aplicado sobre o altar do holocausto (Lv 4:25, 30); se o pecado fosse cometido pelo sumo sacerdote ou por toda a congregação, o sangue era aplicado sobre o altar interior, o altar do incenso (Lv 4:7, 18).

3. Na transferência do pecado, do pecador para o santuário, o que significava colocar o sangue sobre as pontas do altar?

As pontas eram os pontos mais altos do altar e, como tais, poderiam significar a dimensão vertical da salvação. O sangue era levado à presença de Deus.

Jeremias 17:1 é de especial importância para entender o que acontecia: o pecado de Judá estava gravado "na tábua do seu coração e nas pontas dos seus altares". Embora o texto esteja se referindo a altares envolvidos na adoração idólatra, o princípio é o mesmo: o altar reflete a condição moral do povo. O sangue transferia a culpa do pecado. O sangue colocado nas pontas do altar transferia o pecado do pecador para o santuário, uma verdade fundamental para compreendermos o plano da salvação, revelado no ritual do santuário terrestre, que simboliza a obra de Cristo no Céu em nosso favor.


Uma vez que o sangue levava o pecado, ele também contaminava o santuário. Encontramos um exemplo dessa contaminação nos casos em que o sangue da oferta da purificação respingava acidentalmente em uma veste, que precisava ser limpa, não simplesmente em qualquer lugar, mas apenas "no lugar santo" (Lv 6:27).


Finalmente, a queima da gordura sobre o altar indicava que tudo em torno da oferta da purificação pertencia a Deus (Lv 3:16).
Graças à morte de Jesus, simbolizada por esses sacrifícios, nosso pecado foi tirado de nós, colocado sobre Ele e transferido para o santuário celestial. Isso é fundamental para o plano da salvação.


Como o ritual do santuário ajuda a entender nossa total dependência de Deus para o perdão dos pecados? Que conforto essa verdade traz a você? Que importantes responsabilidades vêm com essa mensagem? (leia 1Pe 1:22).




Quarta

Ano Bíblico: Jo 4–6 



Levando o pecado


4. Leia Levítico 6:25, 2610:16-18. Que verdade fundamental é revelada nesses textos?

Ao comer a oferta em um lugar santo, o sacerdote oficiante "[levaria] a iniquidade" do ofensor. A carne dessa oferta não era apenas o pagamento pelos serviços dos sacerdotes (caso contrário, Moisés não teria ficado tão irado com os filhos de Arão por não comê-la), mas ela era uma parte fundamental da expiação.

De que modo o ato de comer do sacrifício contribuía para o processo de expiação? Só era exigido que se comesse das ofertas das quais o sangue não entrava no lugar santo, ou seja, as ofertas do líder e das pessoas comuns. A Bíblia diz explicitamente que, ao comer do sacrifício o sacerdote levaria a iniquidade, o que faria a expiação pelo pecador. O simbolismo de levar a culpa do pecador sugere que ele se tornava livre.


Em hebraico, Êxodo 34:7 diz que Deus "leva a iniquidade", as mesmas duas palavras hebraicas usadas em Levítico 10:16, onde está claro que o ato do sacerdote levar o pecado é o que traz perdão ao pecador. Caso contrário, sem essa transferência, o pecador teria que levar seu próprio pecado (Lv 5:1), e isso, naturalmente, levaria à morte (Rm 6:23).


A obra do sacerdote de levar o pecado de outra pessoa é exatamente o que Cristo fez por nós. Ele morreu em nosso lugar. Concluímos, então, que o trabalho sacerdotal no santuário terrestre tipifica a obra de Cristo por nós, porque Ele assumiu a culpa dos nossos pecados.


"A bênção vem por causa do perdão; o perdão vem mediante a fé em que o pecado, do qual nos arrependemos e confessamos, é suportado pelo grande Portador de pecados. Todas as nossas bênçãos provêm, assim, de Cristo. Sua morte é o sacrifício expiatório pelos nossos pecados. Ele é o grande meio através do qual recebemos a misericórdia e o favor de Deus. Ele é, na realidade, o Originador, Autor, bem como o Consumador de nossa fé" (Ellen G. White, Manuscript Releases, v. 9, p. 302).


Imagine ficar diante de Deus no juízo. Em que você se apoiaria: boas obras, observância do sábado, as coisas boas que fez ou as coisas ruins que não fez? Isso seria suficiente para justificar você diante de um Deus santo e perfeito? Se não, qual é sua única esperança nesse julgamento?




Quinta

Ano Bíblico: Lc 12–14 



Perdão


5. Leia Miqueias 7:18-20. Que imagem de Deus encontramos nessa passagem?

Os três últimos versos do livro de Miqueias focalizam o relacionamento entre Deus e Seu povo remanescente. De forma bela, o texto descreve por que Deus é incomparável. Ele é incomparável por causa de Sua graça e amor perdoador. A característica marcante de Deus, revelada em Miqueias (e em outros livros da Bíblia), é Sua disposição de perdoar. Miqueias enfatizou esse ponto usando várias expressões para os atributos (v. 18) e realizações (v. 19, 20) de Deus. Seus atributos e realizações são explicados na linguagem do Credo Israelita em Êxodo 34:6, 7, uma das mais amadas descrições bíblicas do caráter de Deus.
Curiosamente, várias palavras fundamentais de Miqueias 7:18-20 também são usadas no Cântico do Servo em Isaías 53, apontando para o fato de que o meio para o perdão vem dAquele que sofre pelas pessoas.


Infelizmente, nem todos apreciam a divina graça salvadora. O perdão de Deus não é barato nem automático. Ele envolve lealdade. Os que experimentaram Sua graça respondem de maneira semelhante, como vemos em Miqueias 6:8, um texto central no livro. Assim como Deus "tem prazer na misericórdia", Ele chama Seu povo remanescente para "[amar] a misericórdia". O povo de Deus imitará o Seu caráter. A vida deles refletirá Seu amor, Sua compaixão e bondade.


Miqueias 7:18-20, com sua ênfase sobre o perdão, é seguido pelo livro de Naum 1:2, 3, com sua ênfase no juízo. Isso revela as duas dimensões do relacionamento de Deus conosco: perdoar o arrependido e punir os ímpios. Deus é tanto Salvador quanto Juiz. Esses dois aspectos do caráter de Deus são complementares, não contrários. Um Deus compassivo também pode ser justo. Sabendo disso, podemos confiar no Seu amor, perdão e justiça final.


Leia Miqueias 6:8. Qual é a vantagem de uma profissão de fé sem os princípios que revelam a realidade dessa alegação? O que é mais fácil: afirmar a fé em Jesus ou viver essa fé, conforme expresso em Miqueias 6:8? Você precisa melhorar nesse aspecto?




Sexta

Ano Bíblico: Jo 10, 11 



Estudo adicional


Leia de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 343-358: "O Tabernáculo e Suas Cerimônias".

"Assim como Cristo, por ocasião de Sua ascensão, compareceu à presença de Deus, a fim de pleitear com Seu sangue em favor dos crentes arrependidos, também o sacerdote, no ministério diário, aspergia o sangue do sacrifício no lugar santo em favor do pecador.


"O sangue de Cristo, ao mesmo tempo que livraria da condenação da lei o pecador arrependido, não cancelaria o pecado. Este ficaria registrado no santuário até a expiação final. Assim, no cerimonial típico, o sangue da oferta pelo pecado removia do penitente o pecado, mas esse permanecia no santuário até o dia da expiação" (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 357).


Perguntas para reflexão

1. Alguns argumentaram que o conceito de substituição é injusto. Por que o inocente deveria morrer no lugar do culpado? No entanto, visto que essa verdade está no centro da mensagem bíblica, como podemos responder a essa acusação? Será que essa "injustiça" nos ajuda a compreender a graça revelada a fim de nos trazer perdão? De que forma essa "injustiça" mostra a bondade, misericórdia e amor de Deus?

2. Peça que alguém leia Miqueias 6:8. Como podemos cumprir essa clara ordem? Como podemos aprender a fazer todas essas coisas, inclusive andar humildemente com Deus? O que isso significa? Como a humildade para com Deus pode ser traduzida na humildade para com os semelhantes?


3. O único meio de salvação é a morte de Jesus. O que essa maravilhosa verdade ensina sobre a maldade do pecado? Tentar salvar a si mesmo por suas próprias obras não seria tão inútil quanto lavar um porco na esperança de torná-lo 
um alimento puro?


4. Você confia em suas obras para salvá-lo ou confia apenas no perdão de Deus? Acredita na mensagem de salvação apresentada no evangelho? 


Respostas sugestivas: 1. A misericórdia seria demonstrada com a permissão de Davi para que Absalão voltasse para casa após matar o irmão; a justiça requeria a punição do criminoso; o próprio rei Davi assumiria a culpa ao perdoar o filho infrator. Deus nos perdoa e assume nossa culpa. 2. Imposição das mãos, morte do animal, manipulação do sangue, queima da gordura e consumo da carne do animal. O pecador era perdoado. 3. As pontas eram o ponto mais alto do altar e poderiam simbolizar a ligação entre a Terra e o Céu, por meio do sangue de Cristo. O sangue transferia a culpa do pecador para o santuário. 4. O sacerdote devia comer do sacrifício, para levar a iniquidade, o que faria a expiação pelo pecador. 5. A imagem de um Deus incomparável por Sua graça e amor perdoador.

A História da Escola Sabatina

Homenagem da Igreja Adventista aos Pastores

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Lição da Escola Sabatina


Lições Adultos

Busque ao Senhor e Viva!




Lição 6 - Ansioso para perdoar (Jonas)

4 a 11 de maio 




Sábado à tarde

Ano Bíblico: 1Cr 10–12 



VERSO PARA MEMORIZAR:

“Com a voz do agradecimento, eu Te oferecerei sacrifício; o que votei pagarei. Ao Senhor pertence a salvação!” (Jn 2:9).



Leituras da Semana:



Pensamento-chave: O livro de Jonas revela, entre outras coisas, que Deus está mais disposto a perdoar do que nós geralmente estamos.

Ahistória de Jonas é uma das mais conhecidas da Bíblia. O profeta havia sido enviado por Deus para advertir Nínive da iminente destruição. Ele suspeitava que esse povo não hebreu pudesse se arrepender de seus pecados e que Deus o perdoaria. Sendo profeta verdadeiro, Jonas sabia que o plano de Deus era salvar Nínive, não destruí-la. Talvez por isso ele, no início, tentou fugir. No entanto, devido a forças além de seu controle, Jonas mudou de ideia e obedeceu à ordem de Deus.

Em resposta à sua pregação, toda a cidade acreditou na mensagem e se arrependeu de uma forma que, infelizmente, não aconteceu com Israel e Judá. Jonas, entretanto, tinha uma série de lições importantes a aprender. A história mostra como Deus estava ensinando pacientemente ao Seu profeta mesquinho e teimoso o significado da graça, da misericórdia e do perdão.





Domingo

Ano Bíblico: 1Cr 13–16 



O profeta desobediente (Jonas 1)


Não se sabe muito sobre Jonas ou seus antecedentes familiares. Conforme 2 Reis 14:25, ele viveu no norte de Israel e ministrou durante o oitavo século antes de Cristo. O mesmo texto revela que Jonas previu uma expansão territorial do reino de Israel.

Historicamente, Nínive era uma das três grandes cidades da Assíria, um importante país situado junto ao rio Tigre. Visto que Deus é o Senhor de todas as nações e que todos os povos são responsáveis diante dEle (Am 1–2), Ele enviou Seu servo Jonas para que avisasse os ninivitas sobre a destruição iminente. A ordem divina de clamar contra Nínive (Jn 1:2) também pode ser traduzida como “pregar para ela”.


A cruealdade dos assírios era notória. Cerca de um século mais tarde, o profeta Naum chamou Nínive de “cidade sangrenta, toda cheia de mentiras e de roubo” (Na 3:1). Jonas foi enviado para anunciar a mensagem de Deus para essas pessoas. Entre outras coisas, talvez tenha sido o medo dos odiados assírios que motivou a atitude de Jonas. Quando instruído por Deus a fazer uma viagem para Nínive, no oriente, o profeta se recusou e tentou fugir de navio para Társis, no ocidente.


No começo, todas as coisas pareciam dar certo para Jonas, mas o Senhor enviou uma grande tempestade contra o navio, a fim de ensinar ao Seu servo a lição de que ninguém pode se esconder de Deus.


Jonas fugiu de Deus porque não queria cumprir a vontade dEle. Hoje, as pessoas fogem de Deus por muitas razões. Algumas, porque não O conhecem pessoalmente. Outras rejeitam até mesmo a ideia de Deus e Sua Palavra. Embora seus motivos variem, em muitos casos, elas fazem isso para escapar da culpa que sentem por sua maneira de viver. Afinal, se não há um poder superior a quem devamos responder, por que não fazer tudo que quisermos? Há até mesmo cristãos que evitam Deus quando Ele os chama a fazer algo que não querem fazer, algo contrário à sua natureza inerentemente egoísta e pecaminosa.


1. Por que não podemos fugir de Deus? Sl 139:1-12

Que sentimentos a verdade apresentada no Salmo 139 desperta em você? Considere assim: cremos que Deus não apenas vê tudo o que fazemos, mas conhece até mesmo nossos pensamentos. Mantemos essa compreensão, ou temos a tendência de questioná-la e apagá-la de nossa mente? Será que estamos tão acostumados com essa ideia, que simplesmente não damos muita atenção a ela? Independentemente das razões, haveria diferença em sua atitude se, em todos os momentos, você fosse sensível ao fato de que Deus conhece todos os seus pensamentos?




Segunda

Ano Bíblico: 1Cr 17–20 



Testemunha relutante


Jonas 1 mostra que o Senhor desejou impedir a fuga do profeta. Por isso, Ele trouxe uma tempestade tão severa que ameaçou provocar um naufrágio. Os marinheiros invocaram seus deuses em busca de ajuda. Devido à força da tempestade, eles pensaram que alguém devia ter provocado a ira dos deuses. Tiraram a sorte para decidir quem seria a primeira pessoa que, dando informações sobre si mesma, pudesse explicar essa afronta. Para lançar a sorte, cada indivíduo trouxe uma pedra ou um pedaço de madeira identificado. Os objetos foram colocados num recipiente que foi agitado até que um deles foi sorteado. A sorte recaiu sobre Jonas, que confessou seus pecados e pediu que os marinheiros o atirassem no mar.

Essa história é notável porque os marinheiros não hebreus agiram positivamente, enquanto Jonas foi apresentado em uma visão negativa. Embora adorassem muitos deuses, os marinheiros mostraram grande respeito pelo Senhor a quem oraram. Eles também foram compassivos para com Jonas, o servo do Senhor, razão pela qual saíram de seu caminho para tentar remar de volta à terra. Finalmente, concordaram com a ideia de que Jonas devia ser jogado ao mar. Depois que fizeram isso, a tempestade parou e, em gratidão, os marinheiros ofereceram sacrifícios ao Senhor.


2. Como Jonas descreveu o Senhor a quem ele disse que temia? O que é significativo nessa descrição? Jn 1:9Ap 14:7Is 42:5Ap 10:6

A confissão de fé em Deus como Criador do mar e da terra ressalta a futilidade das tentativas do profeta de escapar da Sua presença. A cessação imediata da tempestade depois que os homens jogaram Jonas no mar mostrou-lhes que o Senhor, como Criador, tinha o controle do mar. Devido a isso, os marinheiros adoraram o Senhor ainda mais. A Bíblia não diz quanto tempo durou o recém-descoberto temor e respeito pelo Criador. Não há dúvida, porém, de que eles aprenderam alguma coisa sobre Deus com essa experiência.

Mal podemos compreender muitas das maravilhas do mundo em torno de nós, muito menos tudo o que está além do alcance dos nossos sentidos e até mesmo da nossa imaginação. Como o Criador fala com você por meio do que Ele fez?





Terça

Ano Bíblico: 1Cr 21–24 



O salmo de Jonas


Quando Jonas foi lançado ao mar, um grande peixe o engoliu por ordem de Deus. Jonas deve ter pensado que a morte realmente seria a única forma de escapar da missão de pregar em Nínive. Mas o grande peixe (não chamado de baleia no livro de Jonas) foi um instrumento de salvação para o profeta. Ao contrário de Jonas, essa criatura respondeu prontamente às ordens de Deus (Jn 1:17; 2:10).

A providência divina atuou de uma forma incrível e, por mais que algumas pessoas zombem da história, Jesus testemunhou de sua veracidade (Mt 12:40) e até mesmo a usou em referência à Sua própria morte e ressurreição.


3. Jonas 2 muitas vezes é chamado de salmo de Jonas. O que o profeta havia aprendido? Que princípios espirituais podemos tirar desse capítulo? Jn 2

O salmo de Jonas celebra a divina libertação das perigosas profundezas do mar. É a única parte poética do livro. Nela Jonas relembra sua oração em busca de ajuda enquanto estava afundando nas águas profundas e enfrentando a morte certa. Ao tomar plena consciência de sua salvação, ele agradeceu a Deus por isso. O hino indica que Jonas estava familiarizado com os salmos bíblicos de louvor e ação de graças.

O voto de Jonas provavelmente consistisse em um sacrifício de ação de graças. Ele estava agradecido porque, embora merecesse morrer, Deus mostrou-lhe extraordinária misericórdia. Apesar de sua desobediência, Jonas ainda se considerava fiel a Deus porque não tinha sucumbido à adoração de ídolos. Apesar de suas muitas falhas de caráter, ele estava determinado a ser fiel à sua vocação.


Às vezes, é preciso que enfrentemos uma experiência terrível para abrir o coração ao Senhor, para perceber que Ele é a nossa única esperança e salvação. Pense em uma experiência que você teve e em que viu claramente a mão do Senhor atuando em sua vida. Por que é tão fácil esquecer a maneira pela qual o Senhor nos guia, quando surgem provações?




Quarta

Ano Bíblico: 1Cr 25–27 



Missão vitoriosa


Depois de um livramento tão miraculoso, quando Deus o mandou pela segunda vez a pregar em Nínive, Jonas obedeceu imediatamente. Em sua pregação (Jn 3:1-4), Jonas usou uma linguagem que lembrava a destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19). Mas, no original hebraico, a palavra para “subverter” ou “destruir” (Gn 19:21, 29; Jn 3:4), usada na pregação de Jonas, também pode ter o significado de “mudar a direção” ou “transformar” (Êx 7:17, 20; 1Sm 10:6). A pregação da mensagem divina não foi em vão.

A maior conquista da carreira profética de Jonas foi o arrependimento da cidade de Nínive. Depois dos marinheiros, os ninivitas foram o segundo grupo de não hebreus do livro de Jonas a se voltar para Deus, e tudo por causa da interação com o imperfeito mensageiro do Senhor. Os resultados foram surpreendentes! Para se humilhar diante de Deus, o povo de Nínive vestiu roupas de panos de saco, colocou cinzas sobre a cabeça e jejuou. Todos esses foram sinais exteriores de tristeza e arrependimento.


4. Leia Mateus 12:39-41 e 2 Crônicas 36:15-17. O que esses versos nos ensinam sobre a importância do arrependimento?

A imagem de um poderoso monarca assírio se humilhando em cinzas diante de Deus é uma forte censura a muitos dos orgulhosos governantes e do povo de Israel, pelo menos os que rejeitaram persistentemente o chamado profético ao arrependimento. Por causa da ênfase do livro de Jonas na graça e no perdão de Deus, o povo judeu o lia todos os anos, no ponto culminante do Dia da Expiação, que celebrava o perdão de Deus para seus pecados.

“Nosso Deus é um Deus de compaixão. Ele trata os transgressores da Sua lei com longanimidade e terna misericórdia. E ainda, em nossos dias, quando homens e mulheres têm tantas oportunidades de se familiarizar com a lei divina, revelada nas Sagradas Escrituras, o grande Governador do Universo não pode olhar com satisfação para as ímpias cidades, onde reina a violência e o crime. Se as pessoas dessas cidades se arrependessem, como fizeram os habitantes de Nínive, muito mais mensagens como a de Jonas seriam anunciadas” (Ellen G. White, The Advent Review e Sabbath Herald [A Revista do Advento e o Arauto do Sábado], 18 de outubro de 1906).


Leia Jonas 3:5-10. O que esses versos revelam sobre a natureza do verdadeiro arrependimento? Como podemos aplicar esses mesmos princípios à nossa vida?





Quinta

Ano Bíblico: 1Cr 28, 29 


 

Perdoado, mas incapaz de perdoar


5. Leia Jonas 4. Que lições importantes o profeta precisava aprender? Como sua hipocrisia foi revelada?

Jonas 4 revela algumas coisas surpreendentes sobre o profeta. Ele parecia preferir morrer em lugar de testemunhar sobre a graça e o perdão de Deus. Embora tivesse se alegrado em seu livramento da morte (Jn 2:7-9), visto que Nínive vivia, ele preferia morrer (Jn 4:2, 3).

Em contraste com Jonas, Deus é retratado na Bíblia como Alguém que não tem “prazer na morte do perverso” (Ez 33:11). Jonas e muitos de seus compatriotas se alegraram nas misericórdias especiais de Deus para com Israel, mas queriam Sua ira sobre seus inimigos. Essa dureza de coração é repreendida severamente pela mensagem do livro de Jonas.


Que lições podemos aprender com os erros de Jonas? Como o preconceito compromete nosso testemunho cristão?
Dizem, com razão, que o livro de Jonas é um manual sobre a maneira de não ser um profeta. Jonas era um profeta de espírito rebelde e prioridades equivocadas. Ele não podia controlar seu desejo de vingança. Era mesquinho e mal-humorado. Em vez de se alegrar na graça que Deus mostrou também aos ninivitas, Jonas permitiu que seu orgulho egoísta e pecaminoso o tornasse ressentido.


Em suas últimas palavras, Jonas pediu a morte (Jn 4:8, 9), enquanto as últimas palavras de Deus foram uma confirmação de Sua graça imensurável, uma afirmação da vida.


O livro de Jonas é deixado em aberto. Seus versos finais confrontam os leitores com uma questão importante que permanece sem resposta: Será que a mudança miraculosa no coração dos ninivitas resultou em mudança radical no coração de Jonas?
Há muita coisa na história de Jonas que é difícil de entender, especialmente sobre o próprio Jonas. Talvez, porém, a lição mais clara é a de que a graça e o perdão divinos vão muito além dos nossos. Como podemos aprender a ser mais bondosos e perdoadores com os que não merecem, como Deus foi com Jonas e com os ninivitas?





Sexta

Ano Bíblico: 2Cr 1–4 



Estudo adicional


Sempre que estão em necessidade, os filhos de Deus têm o precioso privilégio de apelar a Ele em busca de ajuda. Não importa quão inadequado seja o lugar, o ouvido misericordioso de Deus está aberto ao seu clamor. Por mais desolado e escuro que seja o local, ele pode ser transformado em um verdadeiro templo pelo filho de Deus que ora” (Ellen G. White, Seventh Day Adventist Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 4, p. 1003).

“Confuso, humilhado e incapaz de compreender o propósito de Deus em poupar Nínive, ainda assim Jonas havia cumprido a comissão a ele concedida de advertir a grande cidade e, embora o acontecimento predito não se tivesse realizado, a mensagem de advertência era de Deus e ela cumpriu o propósito que Ele lhe havia designado. A glória de Sua graça foi revelada entre os pagãos” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 272, 273).


Como as citações acima nos ajudam a entender com mais clareza as mensagens do livro de Jonas?


Perguntas para reflexão

1. O livro de Jonas ensina que Deus tem pleno controle da natureza. Imagine que um de seus amigos perca um membro da família por causa de um desastre natural. Como você explicaria a ele que Deus ainda está no comando, apesar dos desastres que assolam partes do mundo e destroem muitas vidas?

2. Leia o último versículo do livro de Jonas. O que ele nos ensina sobre nossa responsabilidade pela missão de evangelizar todos os cantos da Terra?


3. Na parábola do servo incompassivo (Mt 18:21-35), Jesus comparou Deus a um rei irado que revogou seu perdão e lançou na prisão o servo que anteriormente havia sido perdoado. Deus revoga Seu perdão? Alguns cristãos argumentam que Ele não faz isso. Qual é a nossa posição sobre esse assunto?


4. Para muitas pessoas mergulhadas no secularismo, a ideia de um homem sendo engolido vivo e permanecendo dentro de um “grande peixe” não é algo para ser levado a sério. Como vimos anteriormente, no entanto, Jesus testemunhou claramente sobre a veracidade da história. Como a história de Jonas nos ajuda a perceber que uma visão antissobrenaturalista da realidade é realmente estreita e limitadora?


Respostas sugestivas: 1. Deus sabe tudo sobre minha vida e está em todos os lugares. Ele tem todo o poder. 2. Deus do Céu, criador do mar e da terra; Jonas declarou que o Senhor é o único Deus verdadeiro, pela capacidade de criar. 3. Deus responde à nossa oração; Deus permite que as ondas nos envolvam para que mudemos de atitude; Ele nos perdoa e nos dá uma nova oportunidade de servir; Deus salvou o profeta das profundezas do mar; é inútil confiar em ídolos. 4. O milagre mais importante é o arrependimento. Por isso, muitos ninivitas serão salvos, ao contrário de muitos israelitas. O povo de Deus foi levado em cativeiro porque não se arrependeu de seus pecados. 5. Embora Deus alerte a respeito das consequências do pecado, Ele deseja ajudar a todos; Deus ama os pecadores, mas odeia o pecado; o perdão divino alcança todas as etnias; Jonas reconheceu que precisava do perdão, mas não queria que os pagãos fossem perdoados. Jonas foi hipócrita porque teve compaixão de uma planta, mas não teve misericórdia dos habitantes de Nínive.